Neste sábado (12/06) será o primeiro jogo de Mozart Santos como treinador do Cruzeiro. Em duas partidas na Série B, o time celeste já levou sete gols. Portanto, o maior desafio, no momento, para o novo comandante é ajeitar esse problema defensivo.
No Campeonato Mineiro deste ano, o Cruzeiro teve a melhor defesa da primeira fase. Levou apenas quatro gols em 11 jogos. Mas é um torneio tecnicamente fraco. Bastou enfrentar um time mais qualificado na semifinal, o América, que as deficiências ficaram escancaradas. Dois jogos foram o suficiente para o escrete de Felipe Conceição levar uma quantidade de gols superior ao total que levou na competição inteira. O time de Lisca fez cinco gols.
Na derrota para o Confiança na primeira rodada, houve uma situação atípica, é verdade. Duas expulsões, por exemplo. Todavia, levou o primeiro gol quando o jogo estava 11 contra 11. No segundo tempo, mesmo com inferioridade numérica, buscou o resultado - até chegou a empatar e teve chances de fazer o segundo gol - porém ao fazer isso se expôs mais que o normal e levou dois gols.
Contra o CRB, falhas individuais e coletivas (e de arbitragem) comprometeram o resultado. Assim como um erro conjunto permitiu o gol da Juazeirense na fatídica eliminação da Copa do Brasil na última quarta-feira. O time de "Tigrão" adotou estratégias táticas distintas nessas duas partidas. No jogo contra o time alagoano, marcou em "linha alta", criou diversas chances de gols, foi ofensivo; contra a equipe baiana, adotou um estilo mais cauteloso, defensivo, e deixou o adversário tentar propor o jogo. Em ambos os jogos, foram as más atuações individuais que levaram às respectivas derrotas. O que nos leva a supor que o problema está no "conteúdo" do time, não na "forma".
O que Mozart poderá fazer para resolver esse problema?
Se estamos falando de qualidade de elenco, é preciso reforços. No entanto, como "forma" e "conteúdo" se relacionam dialeticamente, é possível que uma determinada construção tática melhore também o desempenho individual (e vice-versa), além do coletivo. Quando falamos em "jogo ofensivo" ou "defensivo" não se trata de uma dicotomia simplista, pois há variados tipos de táticas "ofensivas" e "defensivas". Em entrevista coletiva, o novo treinador do Cruzeiro afirmou que gosta "de atacar, ter a bola e empurrar o adversário para trás". Porém o seu estilo de jogo não é exatamente igual ao do treinador anterior. Será que uma nova "forma" pode melhorar a defesa?
Com a palavra, Leonardo Rezende, analista de desempenho em futebol, em entrevista ao portal Superesportes MG:
Diferentemente do Conceição, em momento defensivo, a prioridade do Mozart é uma marcação em bloco médio. Talvez, pelo elenco que tinha no CSA e pelo que vai encontrar no Cruzeiro, aproveite a filosofia e faça marcação em bloco alto. Nos tiros de meta, ele subia o bloco e tentava recuperar em zona avançada. Marcação individual no setor da bola.Nesses momentos, marcava em 4-4-2 e, de acordo com avanço da equipe adversária, variava para um 4-2-3-1, com os pontas vigiando os laterais, o atacante dividindo entre os zagueiros e um dos meias no volante. Os outros dois volantes dando cobertura por trás. Em bloco médio, também fazia marcação individual por setor. O tipo muda pouco em relação ao Conceição. O que deve mudar é que, inicialmente, a equipe não deve marcar tanto em bloco alto. Talvez, seja bom para o time recuperar confiança e melhorar o sistema defensivo.Quando perdia a bola, o CSA tinha uma ideia de pressionar após a perda para recuperar rápido. Era muito mais coordenada e coletiva do que a do Cruzeiro com o Conceição, até pelo tempo de trabalho. Por não atacar com tantas peças, o CSA também tinha mais jogadores preparados para possíveis transições defensivas. Achei um time mais equilibrado, mas era um trabalho que já tinha 30 jogos, bem mais consolidado.
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