segunda-feira, 28 de junho de 2021

Cruzeiro continua incapaz de vencer o CSA

Reação de Fábio logo após o segundo gol do CSA
Imagem: printscreen do GE

Quando Felipe Augusto abriu o placar para o Cruzeiro, aos 5 minutos do primeiro tempo, contra o CSA, em Alagoas, pela sétima rodada da Série B, parecia o princípio de uma noite agradável para o cruzeirense. Eu cheguei a pensar: "agora engrena!". A ilusão durou 21 minutos. Aos 26, o atacante Iury, carrasco do time celeste, empatou com uma cabeçada. Dois minutos depois, ele mesmo virou o jogo após um erro grave (mais um) do zagueiro Joseph e uma falha do goleiro "vitalício" Fábio. 

É segunda virada relâmpago que o Cruzeiro sofre este ano. No primeiro jogo da semifinal do Campeonato Mineiro, o América passou à frente no placar em quatro minutos. Observem que o Cruzeiro estava com treinadores diferentes em ambas as partidas. Muda-se o comando técnico, mas os equívocos individuais permanecem comprometendo. 

O segundo gol do CSA resultou de um erro lastimoso. Joseph, jogador chamado de "versátil" pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues, não sabe sair com a bola. Tentou o passe e a perdeu na entrada da área defensiva cruzeirense. Logo após roubar a pelota, Iury tentou cruzar, mas a bola foi direto ao gol e Fábio, surpreendido, aceitou. Joseph havia cometido erro semelhante no jogo contra o Goiás, porém o time esmeraldino não soube aproveitar. É reincidente, portanto. Dessa vez o adversário balançou a rede. Na etapa final, falhou na tentativa de marcar o atacante Silvinho no lance do quase terceiro gol do CSA. No jogo contra o time goiano ele fez um golaço... contra! Versátil sim, Sérgio... Prejudica o Cruzeiro de formas diferentes. 

Ele não é o único responsável pelo desastre defensivo, sejamos justos. No gol de empate do time alagoano, o zagueiro Weverton errou de forma insólita (estou usando eufemismo) o tempo da bola no meio-campo. Falha aproveitada pelo oponente, o que permitiu o princípio da jogada que resultou na igualdade do placar. 

E Fábio, como já dissemos, esperava um cruzamento de Iury, porém a bola foi no gol e ele não conseguiu defender. Falhou de novo no segundo tempo, quando não foi firme segurando a bola, soltando-a e dando rebote para o meia Bruno Mota fazer 3 a 1. Sorte ter sido impedimento.

É ídolo do Cruzeiro, sem dúvidas. Fez grandes contribuições à história do clube. Todavia é preciso ir atrás de um goleiro que possa sucedê-lo. Não podemos tratá-lo como um goleiro "vitalício". Isso está influenciando negativamente dentro de campo. Os erros desse jogo não foram os primeiros nessa Série B. 

Freguesia segue de pé

Não penso que essa derrota seja culpa da formação tática com três zagueiros. Desde Felipe Conceição, que usava o tradicional 4-2-3-1 (ou 4-3-3), o escrete vem sendo derrotado por causa, principalmente, de atuações errôneas, sejam individuais ou coletivas. Cruzeiro tomou 7 gols em dois jogos na Série B usando dois zagueiros e dois laterais. 

A média de gols tomados abaixou com o atual treinador. O 3-4-3 (que varia para 5-4-1 quando o time se defende) implementado por Mozart Santos havia dado relativa melhora defensiva ao time, o que ficou conspícuo nas partidas contra Ponte Preta e Operário-PR (apesar da derrota). Contra o Vasco, o "jogo controlado", sem sustos, não aconteceu plenamente. Os times paulista e paranaense (esse com um jogador a mais) tiveram mais posse de bola. Entretanto o Cruzeiro esteve mais no ataque, finalizando mais (sem muito perigo) que esses adversários e impondo marcação segura. O time cruzmaltino, por outro lado, teve mais posse, mais finalizações e deu mais trabalho ao sistema defensivo cruzeirense. No entanto, foi pouquíssimas vezes ameaçador.

Contra o CSA, Cruzeiro teve mais posse de bola (o adversário ficou mais cauteloso depois que passou a ganhar a partida), finalizou mais, só que não criou nenhuma grande chance. Fora o lance do gol, o momento mais efetivamente ofensivo veio de um chute do volante Adriano, obrigando o goleiro Thiago Rodrigues a espalmar. Já o oponente criou e poderia muito bem ter ampliado o placar. Aliás o time de Bruno Pivetti é um dos mais perigosos da Série B. O SofaScore informa: a média é de 1,8 "grande chance criada por jogo".

Cruzeiro continua incapaz de derrotar o CSA. Desde aquele infame jogo no Mineirão, pelo returno da Série A 2019, são quatro jogos, três vitórias do escrete de Alagoas e um empate. Também não consegue vencer o CRB. A recente freguesia para times alagoanos segue de pé. 

Mais detalhes desagradáveis: o time celeste agora tem a pior defesa do campeonato ao lado do mesmo CRB: ambos levaram 13 gols em sete jogos. E está a um ponto do Z4. 

Roni Pereira, jornalista residente em Salvador/BA

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